domingo, 6 de febrero de 2011

Resumo de Lorde

Em Lorde, por um desconhecido motivo, além de ter escrito sete livros prestigiados lá fora, o narrador-personagem é convidado a embarcar numa aventura rumo a Londres para representar o Brasil. Aceitando a proposta, o narrador começa a fazer uma aventura perturbadora.
Desconfiando do real motivo daquele convite, tendo de viver numa casinha cedida por um vietnamita, a personagem começa a enfrentar dilemas acerca de si mesmo e de suas lembranças. Inicialmente, recorre a artifícios estéticos para atenuar o efeito do tempo em seu rosto. E lentamente o seu país natal vai se transformando em abstração. Durante toda a narrativa, o escritor vai se metendo em situações – psicológica e fisicamente – degradantes. Trava contato com Mark, um professor que sugere momentos de prazer, mas há a recusa. E o desabamento. Ao percorrer a esmo a cidade noturna, presencia a morte de um rapaz em seus braços, conservando o sangue de seu corpo ainda consigo num cachecol. Naquele momento, o da morte, o abraço é o instante sublime, profundamente sentido, pois já nasce através de um corpo sem vida: abraço natimorto.
Logo em seguida o narrador se refugia num quarto de prostituta e, ao invés de atenuar as pulsões sexuais, ele simplesmente se deita nas pernas da senhora e ali permanece, até o momento em que parte e vai dormir numa igreja. Há, nesse momento, uma renúncia de si mesmo, que há muito perdido, inconscientemente busca reações num outro: ele dança na praça a fim de provocar olhares alheios.
Perdido e sem rumo, a personagem percorre Londres, tenta buscar um motivo para ali estar, porém aceita submisso o que o seu boss, o inglesinho, lhe diz. Toda a narrativa é tecida de mistério, o escritor transfigura-se, evita olhar-se no espelho, temendo reconhecer um alguém que não mais existe. E, ainda, para desestruturar o romance, o motivo que o levou à Londres, o inglês, se joga nas águas do rio Tâmisa. No entanto, só o que se percebe na sensação do brasileiro é apatia: o corpo do inglês boiando nas águas como um pedaço de nuvem no céu.
Visando fugir, o escritor parte rumo à Liverpool. Para tal feito, o brasileiro realiza um furto na estação de trem e, conseguindo uma carteira recheada de dinheiro, se hospeda num caro hotel na cidade.
No deslocamento de território, as esperanças são reacendidas, pois uma professora da Universidade da Cidade de Liverpool o convida para lecionar aulas de língua portuguesa. Aceitando com entusiasmo, acreditando ter se encontrado naquela situação, ele vai a um bar e conhece George, homem com quem mantém relações sexuais. Mas, seguida aquela noite, ao despertar, não há mais George: há um semblante que fita o espelho, atônito, pois poderia ser ele mesmo o tal do George. Uma profunda esquizofrenia, enfim. Em linhas finais, o único repouso, o sono vingado, é realizado num cemitério desativado. Assim encerra-se a narrativa.

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