viernes, 31 de agosto de 2012

Escrever de fora

“Da viagem entre leituras: a ficção de Adriana Lunardi” por Stefania Chiarelli (Universidade Federal Fluminense)

Os contos de Vésperas (2002), assim como o romance A vendedora de fósforos (2011), de Adriana Lunardi, tem como denominador comum situações em que leitores se inscrevem de algum modo na cena literária.  Em distintas medidas e faturas, essas narrativas apresentam sujeitos às voltas com suas referências de leitura. Investigar tal relação me interessa na medida em que possibilita uma reflexão acerca das figurações do leitor e de modos de inscrição no espaço literário. Nessa escrita que  dialoga com a tradição,  surgem personagens que passam a fazer parte de um sistema, de uma família de leitores, como se percebe no conto "Ana C", na afirmação do indivíduo à beira da morte: “Um mapa que ficará para sempre incompleto, deixando saudade das ruas que nunca passei. Aperte minha mão, querido poeta, me dê coragem e me dê humor" (Lunardi, 2002, 45). Nessa perspectiva, ativar um determinado repertório de leituras equivale a mover-se entre tradições e obsessões literárias, apontando modos de conexão com a própria vida.
                             

Adriana Lunardi estreou na literatura com "As meninas da Torre Helsinque" (Mercado Aberto/PMPA, 1996), livro pelo qual recebeu os prêmios Fumproarte e Troféu Açorianos (1997),em duas categorias: melhor livro de contos e autor estreante. Em 2002,lançou "Vésperas" (Rocco), livro de contos agraciado com a bolsa para escritores da Fundação Biblioteca Nacional e indicado ao prêmio Jabuti. "Vésperas" também foi publicado na França, Argentina, Portugal e Croácia.
"Corpo estranho", seu primeiro romance (Rocco, 2006), foi finalista do prêmio Zaffari/Bourbon e está sendo traduzido para o francês.
Quando não escreve livros, Adriana redige roteiros para a TV, especialmente documentários.Já ministrou um curso de leitura para futuros escritores e uma oficina de texto para moradores de rua, que resultou na publicação do livro Letras na Rua (PMPA, 1993).
Lunardi tem formação acadêmica em Comunicação Social e estudou literatura.Nasceu em Xaxim, Santa Catarina, morou em Santa Maria,Porto Alegre (onde teve sua estreia literária), Paris e São Paulo. Atualmente, vive no Rio de Janeiro.

Os mapas na literatura

“Mapas: creación, recreación y subversión de estereotipos espaciales en el Nuevo Exotismo.” por Idalia Morejón Arnaiz (Universidade de São Paulo)


En A literatura vista de longe, Franco Moretti plantea la pregunta de si los mapas literarios tienen alguna utilidad, ya que grandes teóricos de la literatura como Mijaíl Bajtín, Raymond Williams y Henri Lafon nunca los incluyeron en sus libros (Moretti, 2008, 63). Alguna utilidad se les puede atribuir, ya que uno de los elementos documentales frecuentes en la literatura de viajes son precisamente los mapas. En los libros Teoría del alma china, de Carlos A. Aguilera, Mongólia, de Bernardo Carvalho, y Cuaderno de Feldafing, de Rolando Sánchez Mejías, contamos con gráficos que se corresponden a la definición simple de mapa, esto es, la “representação dos aspectos geográficos-naturais ou artificiais da Terra destinada a fins culturais, ilustrativos ou científicos” (Oliveira, 1987, 233). La amplitud de esta definición sitúa a los mapas, dentro del ámbito cartográfico, como formas de comunicación que nos informan sobre su modo de realización y sobre el modo como podemos leer e interpretar dichas informaciones. El mapa, por tanto,  puede tener o no carácter científico especializado; así, el escritor también puede servirse de él para registrar determinados contenidos relacionados al viaje, sea real o imaginario. Sobre estas cuestiones tratará el presente trabajo, en los libros arriba mencionados.


Carlos A. Aguilera é poeta, narrador e ensaísta, também é diretor da revista Diáspora(s). Publica diversos artigos em revistas sul americanas e europeias. dentre suas obras destacam-se Retrato de A. Hooper e su esposa (Poesía/Ediciones Union, La Habana, Cuba, 1996).

Bernardo Carvalho nasceu em 1960, no Rio de Janeiro, é escritor e jornalista. Foi editor do suplemento de ensaios Folhetim e correspondente, em Paris e em Nova York, da Folha de S. Paulo.

Rolando Sanchez Mejías nasceu em 1959, é escritor. reside em Barcelona e ganhou, em 1993 e 1994, o "Premio Nacional de la critica de Cuba".

Poesia na jornada

"De trânsitos e traduções: a poesia de Marília Garcia, Cecília Pavón e Beatriz Bastos" por Paloma Vidal (Universidade Federal de São Paulo)

Proponho uma reflexão sobre o trabalho de três poetas latino-americanas contemporâneas, Marília Garcia, Cecilia Pavón e Beatriz Bastos, a partir de uma dupla perspectiva:  a da tradução e seleção do seu trabalho, realizado por mim, em colaboração ou sozinha, como parte do projeto da revista Grumo e como modo de concretizar trânsitos lingüísticos e afetivos entre Brasil e Argentina; o modo como esses trânsitos estão inscritos na própria poesia dessas autoras, através da citação, da tradução ou da interferência de outras línguas, procedimentos por sua vez relacionados à experiência de deslocamento que constitui um ponto de partida fundamental para o trabalho das três poetas.

Marília Garcia e Cecília Pavón

Marília Garcia nasceu no Rio de Janeiro, em 1979. Publicou "Encontro às cegas"(Moby Dick, 2001) e "20 poemas para o seu walkman" (Cosac Naify, 2007), é uma das editoras da revista Modo de usar & Co.

Cecilia Pavón é uma poeta contemporânea argentina, nascida em Mendoza em 1973. Formou-se em Letras pela Universidade de Buenos Aires e estreou em livro com o volume ¿Existe el amor a los animales? (Editorial Siesta: Buenos Aires, 2001). A este seguiram-se Pink Punk (2003), Caramelos de Anís (2004) e Discos Gato Gordo (2005). A escritora e artista está ligada ao coletivo conhecido como "Belleza y Felicidad", e vive em Buenos Aires, de onde escrevecom frequência para o seu espaço pessoal, chamado Once Sur.

Beatriz Bastos graduou-se em letras, bacharelada e licenciada em português e literaturas de língua portuguesa, pela Pontifica Universidade Católica do Rio de Janeiro, em 2003. É professora, tradutora e poeta. Abaixo sua dissertação de mestrado:

A Jornada e sua programação


29/10/2012 – SEGUNDA-FEIRA
LOCAL: AUDITÓRIO (Adamastor Pimentas - Unifesp)

COMISSÃO ORGANIZADORA
Profa. Paloma Vidal
Prof. Markus Lasch

MONITORES
Carlos Henrique Vieira
Joabson Santos Pereira
Mariane Tavares

PROGRAMAÇÃO DO EVENTO

14:00 – 15:30 – Entre margens e cânones
Sérgio de Sá (UnB)
Bruno Zeni (USP)
Rita Palmeira (USP)
Mediação: Carlos Henrique Vieira

Coffee Break

16:00 – 17:30 – Escrever de fora
Stefania Chiarelli (UFF)
Idália Mojerón (USP)
Paloma Vidal (Unifesp)
Mediação: Mariane Tavares

18:00 – 19:30 - Os fins da literatura
Marcos Natali (USP)
Luciene Azevedo (UFBA)
Eduardo Sterzi (Unicamp)
Mediação: Joabson Santos Pereira

20:00 - Conversa com Bernardo Carvalho
Mediação: Markus Lasch

A proposta da jornada


A I Jornada de Literatura Contemporânea da Universidade Federal de São Paulo, a ser realizada no dia 29 de outubro de 2012, na Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, no Campus Guarulhos, tem como objetivo colocar em discussão os limites da concepção moderna da literatura enquanto meio privilegiado de formação e transformação do homem, de modo a reconsiderar os estatutos ético e estético da literatura e a compreender seu lugar no passado e no presente. Apresentando o tema “A literatura e seus fins”, a jornada pretende aprofundar esse debate, a partir de perspectivas teóricas e críticas heterogêneas.
Para tanto, foram convidados professores doutores de diferentes universidades do Estado de São Paulo (USP/Unicamp) bem como de outros Estados (UnB/UFBA/UFF). Além disso, foi convidado para a mesa de encerramento da jornada o escritor Bernardo Carvalho, cuja presença proporcionará aos alunos e à comunidade acadêmica a oportunidade de discutir as questões mencionadas acima a partir da perspectiva de quem escreve literatura atualmente.

sábado, 25 de agosto de 2012


Participe conosco!

Apresentando o tema “A literatura e seus fins”, a jornada pretende aprofundar o debate sobre literatura contemporânea a partir de perspectivas teóricas e críticas heterogêneas. Entre os convidados confirmados estão Marcos Natali (USP), Eduardo Sterzi (Unicamp), Luciene Azevedo (UFBA), Sérgio de Sá (UnB) e Stefania Chiarelli (UFF). Além disso, teremos uma mesa de encerramento com o escritor Bernardo Carvalho.    
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